quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O amante



Em silêncio, entrou em meu quarto e revirou os meus sonhos, durante muito tempo parecia estar dormindo. Por todas aquelas noites, era tudo tão pouco. Sabia quem eu era e por me conhecer aquelas indelicadezas me afetavam menos. Toda noites sentimentos pequenos aconteciam por interesse. A insistência dele estar em meus sonhos, isto era impossível. Olhos pedintes diante do meu cansaço por ele ser tão limitado. Era como falar de literatura russa e não ter lido Crime e Castigo, se apegar ao corpo enquanto sempre quis um pouco mais de alma e bom senso.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Para aqueles que me chamam Consuelo.





Em tempos de tantas superficialidades, nada melhor que encontrar um amigo e ele me chamar por Consuelo. Existe intimidade e carinho que só as pessoas próximas conseguem dizer. Consuelo foi o nome que meu pai escolheu para mim e que tanto valorizo seu significado em espanhol, além de ser doce e antigo, o que me faz gostar muito. Realmente para poucas pessoas dizerem, pois requer afeto e isso só alguns amigos me fazem sentir de fato. E como boa capricorniana que sou, gosto de selecionar quase tudo e fico muito contente quando encontro uma pessoa que me chama por esse nome que pra mim é tao significativo, assim aproveito a verdadeira amizade.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

E o que vejo é um tipo de loucura nas ruas do centro.





    Às vezes quando passo pelas ruas do centro da cidade observo pessoas vestidas pela loucura, tão abandonadas por si e por todo olhar de quem passa apressado. Olhares dormentes pelo uso de drogas, realidade crua que minha mente carrega durante algum tempo, algo intragável para minha sensibilidade. Às duas horas da tarde eu tento chegar até o cinema São Luiz, o calor de setembro cria uma atmosfera morna, melancólica, quase aflita. Uma angústia pela pobreza humana, por um cheiro entranhado da quantidade de lixo e dos esgotos espalhados em qualquer esquina da rua Sete de Setembro com a Conde da Boa Vista, a prostituição que não se limita às menininhas de saia curta inerentes ao culto ao superficial , uma mescla de idiossincrasias para mim que não gosta de bregas e gente que não entende que música estridente nunca esteve na moda. É como suportar um pequeno caos até chegar na bilheteria do cinema, uma tristeza de minutos mas muito cruel. Constatar todo alvoroço e ter recompensas quando ali do lado tem um carinha bem gente boa que vende água e sonho de valsa, alguém que me acena por já me conhecer e enquanto coloco minha bici num espaço dentro do São Luiz, o que me faz trocar algumas palavras com o segurança e tudo vai se perdendo até que o filme começa e esqueço da impressão das ruas do centro da cidade.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Palavras para ser uma escritora .

Ruas pequenas é o que vejo refletidas nos olhos de algumas pessoas, que andam pressupondo coisas miúdas para minha vida. Imaginando sofrimentos que nem existem, um tipo de caos que se interpõe toda vez que tento dialogar com pessoas assim e que sempre me dão medo de acreditar, pois a força da palavra faz com que acredite no que não tem veracidade de fato.                                                       É como estar de branco e as pessoas me perceberem vestida de cinza, olhos cheios de loucura imaginam de forma estrábica quase tudo. Para não me ater por esse tipo de influência: tenho me debruçado em preces, esperanças, fé raciocinada. Tenho como amiga próxima a prudência,  tentando ser gentileza e sintonizar fora das tendências e padrões. Olhares estrábicos que reverberam em quase tudo da vida que reflete no que escrevo. Vivo ainda nesse ínterim, tentando superar esta fase da minha escrita na tentativa de me tornar uma escritora de fato.
 


sábado, 10 de setembro de 2016

Entre Narcisos, melhor mesmo é não Ser.





Um tempo e um caminho.

O que pretendo nesse momento é não ser nada. Intenções, informações, eu tento deixar de lado tudo que impregna. A certeza de ter sempre em minha realidade tudo que for silêncio, sem me deparar com realidades vazias de pessoas da sociedade. Filtrar o EGO todo para afastar de mim um pouco da submissão do SER ou do TER diante de tantos Narcisos. E quando puder, ficar fora do esquadro, ter em mente o conforto de tudo que for privado e esquecer dos que tentam ser uma personagem na vida real, ávidos por aparecer, de ser notícia de alguma forma nem que seja em algum blog. Mas quando escolho estar com amigos e poder falar das situações mais corriqueiras, despindo-me do que fiz, do que sei, do que Sou. A alegria de poder tirar os sapatos e ter os pés no chão, sem toda besteira que rodeia a essência, as falsas ilusões que cansam qualquer um que queira viver de forma simples. Pois são muitas heresias para dar conta diante do Eu nesse universo de tantas oportunidades de ser só vaidade.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

8 dias antes da viagem.




Eu ando em pulsações, rememorando as crônicas de Clarice. Dias se estreitando e a cabeça já ambiciona a hora de estar no Rio. Em habitar por cinco dias o apartamento oferecido gentilmente por minha irmã, É dentro desse enleio que a 8 dias redondos estarei caminhando, premeditando de forma simples rever certos ambientes. Um deleite ao caminhar pelas praias e lugares cheios de carinho e pequenas lembranças. Para isso, roupas leves, um sapato confortável e a cabeça em tranquilidade: minha bagagem devidamente organizada. 

domingo, 4 de setembro de 2016

O desejo e o segredo

O masculino
diante da postura
Intenção minha que se despe
O desejo que  pertence tão somente a eu e você.

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...