segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O desejo




Homens crus
Exibindo pedaços
Entre roupas
curtas e apertadas
Pedaços de carnes expostas

Mercados e preços
Igualmente cru
o desejo

Inerente
fácil
Necessário
Descarte

Carne pigmentada
Tende ao obsceno
O deleite sem
estender-se

Para mim, pequeno
Quase inacessível
Quando me agarro na
fome do espírito
a certeza
do sensível

Na inteireza do meu ser
Que não caresse muito possuir

Aprofundar-se
Entreter-se no EU e no OUTRO

Através do que está na mente

O deleite
desregrado
Recorrente

O desejo
que arde
e me apaga
os sentidos

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Um certo tipo de posse. Disfarce egoísta.







Entre vírgulas, o ter.

Posto o aposto
Retira-me em vírgulas
Entre o sujeito
E todo predicado
E cria todo um mundo paralelo
Dentro de teu contexto.

Refiro-me
A ti
Em total particular
Sem interagir
De forma direta
Em teu universo.


domingo, 20 de setembro de 2015

Amar por inteiro o outro: um colo em permanência.



Às vezes eu queria somente me entregar
E poder ser frágil
Estender as dores
para quarar ao Sol

Deitar no colo
da pessoa que me deixa ser
e não sublimar ou ter que suportar
o cansaço da lida

Queria viver mais o que está
dentro mim
Aquilo que almejo
em segredo

O amor em beleza
Sutil
fascinante
e doce.

Queria não engolir
certas atitudes
cruéis
caminhar
sem carregar nas costas
tantas ofensas
para trabalhar sozinha

Queria me desarmar
por completo
Não trazer tensões
para minha casa interior

Queria me estender
com total confiança
em ti
Queria não acreditar
apenas em mim.

Queria amar por inteiro
o outro.


sábado, 12 de setembro de 2015

A vez de Cecília.

Sempre foi apreciada por outras pessoas. Ninguém a prendia até então, apenas não tinha necessidade de sair de uma casa confortável para o conforto da vida neces-sariamente. Isto ela descobriu com o tempo, primeiro teve que absorver a existência de uma vida mais humana inte-riormente. Tudo começava a ter sentido de um lado mais psicológico e menos prático. Incutiu ao longo dos anos nuances de uma sensibilidade que foi construída passo a passo pelos pés de uma profunda solidão que no começo era enlouquecedora, mas que se tornou a companhia mais honesta para uma mulher que buscava o simples.
Agora seu companheiro era Samuel, com seus olhos verdes e escuros, que tanto significavam a esperança ama-durecida.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A mulher que vive em mim.



A mulher que vive em mim.




É tão sublime quando se pode elevar a consciência.
Pousar os pés na terra e ver-se  êxtase da vida
Apaixonar-me por todos os seres e a maneira com que sentem a vida.
Ver nas mulheres um espelho, um exemplo de gestos femininos.
Como uma mãe que ensina a sua filha todas as sutilezas em delicada prudência.
De  atos elegantes e afetivos fazendo da vida algo totalmente belo.
Desde a  forma como se veste à maneira como se torna tão companheira daquele que será o seu marido.
Do berço que nasce o rebento não padece de indulgência e a sabedoria dos que esperam o filho maturar.
Hoje eu olhei para aquela mulher tão imponente nos atos, tão bonita no jeito como se envolve com a vida.
Eu olhei para mim e quis ser como ela. Tão bonita no seu lugar e eu no meu observando de forma sábia aquela mulher que tanto me motiva e me faz querer ser eu com muita feminilidade e elegância. Querendo ser também materna.

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...