quarta-feira, 29 de março de 2017

A dança.






Deitada na rede, olhei para aquele lado da sala em que ainda chegava o Sol no fim da tarde. 
Pensava em fatos de minha vida, do gosto inteiro diante dos sentimentos que me vinham, da forma interessante em que acontecimentos foram sendo transformados diante da resignação, o silêncio pela sabedoria e pelo introspectivo amar. 
Ter essa sensação honesta, entender que a vida é simples por poder estar nos lugares e com pessoas que me entendem agora.

Presenciar a festa no momento em que ela está acontecendo, poder escolher o tecido e a cor do vestido, ouvir a música suave, escolher um par. Neste silêncio ter na memória cicatrizes reconhecidas, superadas, a certeza de não esquecê-las, por respeito a mim, e de não dar ênfase pela finitude de cada tempo. Ser o presente.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Incrível é já amar inteiramente aquele que pode chegar a ser.






Incrível é o já amar inteiramente aquele que pode chegar a ser.

certeza de ser único.
O não me ater a múltiplos, pois, apenas uma presença na tez do caminho.
negação do que dita esse tempo
Palavras demais nas esquinas
E vou dispensando excessos,


Eu a não precisar ter
Eu a não precisar ser

Instinto e  patas de animais

Alma e gozo
transcende
ao se despir
de um destino vil

Desejo vão


Incrível é o já amar
O homem único
sentimento


que seja amor
Aquele que pode chegar
ser.





segunda-feira, 20 de março de 2017

As horas da noite.




Às vezes eu reconheço
enquanto estive entre paredes róseas
Sensação indigente
Olhos e íris sendo brancas
O mundo sendo o mundo


Latente necessidade humana
Sedenta por uma alma que possa caminhar e ter sua própria sandália, ter sua própria essência respeitada.
A delicadeza de ter uma dignidade, para nunca mais vestir as roupas que foram de outro alguém.
De não precisar ficar calado para não ser visto como insano e assim maltratado pelo sistema.
Alguém que não precise guardar a agressividade pela contestável injustiça, mas que deixe fluir o que traz a angústia e que esta não seja somente sufocada dentro de uma vida retirada.
A falta de afeto em uma rotina, a falta de saúde, tristeza prevista para toda vida.

Entre um Sol e outro
Um homem divaga
Irresoluto,
pela Luz do Pai
entende cada dor
sem desespero
Dor que tem seu tempo
Vive cada Sol e a sabedoria da vida.







terça-feira, 14 de março de 2017

Antes de cada anoitecer.


Em companhia de meu silêncio
Na quietude do tempo

Adormecer 
diante do calor do Sol

Sensação de voltar para casa.











sábado, 4 de março de 2017

Divinos campos de lavanda.






Muitas vezes há uma familiaridade maior diante da vida. Uma sensação suave, como estar num campo de lavandas ou na certeza das pessoas mais afáveis. O que interfere no barulho e na linha limítrofe de quem percebe bem mais do que precisa, O mundo e a constante necessidade de ser extraterrestre, de reconduzir tudo a uma gentileza espiritualizada que não teme a noite tanto quanto o tão sinuoso destino humano: incoerente corrupção em que vivem os retirantes de luz divina.
O que faria sem a sensação dos campos de lavanda que me lembram do sentimento acolhedor e afável da vida? Introspectivo poder de sentir um amor elevado diante de grandes rebuliços e me sentir feliz. 

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...