sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Festa de fim de ano.






A cada vassourada repetia o mantra. 
Arrumava a casa e a cabeça para o Ano Novo, reconhecia as coisas ruins e jogava um balde no meu da sala. Pessoas decepcionantes iam no meu do sabão.
Depois fazer as unhas, tirar os calos. Na mesa de cabeceira uma lista de telefones, os seus verdadeiros amigos. Palavras concisas no fim de ano. 

Não tinha namorado e nem queria ter. Desejo pouco. Adorava-se e o silêncio.
A ceia de ano novo e um amigo. Mais um balde e o ladrilho foi ficando limpo igual o coração. Ela era feliz.



sábado, 22 de dezembro de 2018

Natal real.






Não se sabe da dor. Natal não esconde marcas nos espelhos d`água. O silêncio na sala antecedem a Ceia e enquanto ela escolhe a roupa que vai usar, premedita a noite fria e silenciosa. Algo tem que acontecer. Na dor não se tem fome, na solidão também não. 
Estar só.

Amanheceu, retirou os cigarros do cinzeiro, lavou o copo, o prato. Da festa  se retirou, da vida não. Ele vinha todo ano. Amava-o profundamente.
Ela realmente não acreditava em Papai Noite, mas adorava Jesus. Natal real.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Amar é tempo.




Dormiu nos ombros do tempo. 
Acomodar-se no sentimento e começar a amar. 
O amor que é pouquinho destrói o medo, amar é tempo.
Ela conheceu um outro ser, respeitando o espaço, revelando silêncios, respeitando os segredos. O tempo, o tempo, o tempo, a loucura, o gozo. Eu sou eu e você é você e um olhar de afeto. A descoberta acontecendo. Tempo, tempo, tempo. Meu primeiro amor primeiro.

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...