quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Hora de entrar na água.

Disseram para não esperar. É preciso ser feliz agora.
A frase muda tudo.
E um discurso antecede o outro. E o poder sobre alguém é transitório, mas é do homem se iludir com o poder. Ah, se eu pudesse esquecer a sintonia da sintonia.
Desatarraxar o medo do medo do medo da vida. E viver em qualquer canto com pessoas que cativasse todos os dias.
Felicidade agora.

E o corpo se desprende sempre que raciocina: ninguém pode boicotar sempre.
A felicidade está mais no desapego. A felicidade anda suspensa em minha vida. E quando paro um pouco ela cai sobre meu corpo e afaga o meu ser. Às vezes me afasto das pessoas por medo, pois já tive que reformular alguns valores de vida. Com tudo encontrei o silêncio e a minha companhia.
A felicidade anda comigo e aos poucos consigo senti-la quando estou com outras pessoas. Mas nada melhor do que estar com ela quando estou só. Em trânsito quando pedalando ou caminhando, penso muito e tem coisas que fico rindo. Quando posso desvio meu pensamento do escuro, são exercícios mentais que me trazem a leve sensação de felicidade. Parece que estou na mesma densidade da água.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O filho

Eu tenho silêncio e fé raciocinada.
Eu tenho a mim e só Deus sabe.
Caminho grande de gente crítica.
Só Deus sabe dos planos,
dos meus planos.

De tanto desapego que tenho pela frente.
A imagem do deserto
ermo de pensamentos
De nenhuma esquiva
A não ser dos vícios
nas veias.

E a certeza de que chego.
Bem perto da sabedoria,
do amor verdadeiro.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Amor não vai embora.




A cicatriz
adormecida
tornou-se amor

Sentimento
renascido
Pertinente
Conquista

Desapego
Miudez
sacrifício

Renovação
das folhas
Outono
Inverno

A seiva
O verão

Nem vitima
Nem viola
Mesquinhez
Nem nada.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Uma cidade plena.



Exílio não é um lugar, é um estado de espírito.



Uma cidade plena
não, não
Um estado fervilha
nas cores cegas
De um amanhã sem fim

Adorna-te
Consola-te
E deixa vingar
a eterna brincadeira.


domingo, 15 de fevereiro de 2015

Entre a chuva e o guarda-chuva.


Encostava a cabeça
no colo da preta
Ela tinha muito corpo materno.


Recuperei todas as gotas 
do teu abandono

Não relato
Eu durmo
carregando você

Embalo Você
em meu caminho

Peço para que tua dor
se retire
E olho entre teus carnavais
nas crises
em todos os sinais

A cor de Chanel
Beleza hermética
copos de café,
no chopp de domingo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Profunda maré

E o pré-sono me desarma a vida.

Estado que tira a proteção e tudo que acontece no dia me vem de outro jeito. Tem horas que tenho que me levantar da cama pelo susto de um pensamento distorcido.
Pensamentos de má fé, de muita má fé. É o rompimento de idiossincrasias articuladas na posição ambígua da mente. Verdades que não consigo perceber, pois a realidade de dia é menos calculista que as cobranças da noite.

Pensamentos dentro de alfombras, e a solução é viver pela metade. Pois o que se pensa é relativamente uma ilusão, as impressões implícitas nos olhos de alguém.
E o que significa o que outros pensam?

E a cabeça entre moldes desmoldáveis em todo pré-sono enlouquecedor. Cicatrizes ensombreadas.
Medonha sensação de encobrir o real.




segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sensação real





Não houve disfarce. Não era segredo.

Há muito que possuía um sentimento pronto. Olhava para ele e me adentrava num costume antigo de me deslumbrar, sem precisar jogar.A nitidez estava ali e de certa forma eu me sentia muito bem amada.
Talvez precisasse de mais tempo para acomodar a lembrança daquele rosto que me cativava tanto. Há muito que não encontrava tanto interesse de minha parte. Desses homens não havia mais. O fato de um rosto habitar-me era um certo tipo de amor. Parece que toda a areia foi retirada do fundo do poço. E eu voltei a querer a companhia positiva de um ser, que tenha ombros largos para eu sentir a necessária ilusão de que serei protegida. Quando quem protege muitas vezes sou eu. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O Lado oposto da morte





Às vezes meu corpo fica fora.

Adormecem as mãos e o antebraço. Sensação diferente de pesar.
Neutraliza os óbolos da Terra. Parece o começo da morte.

Penso em verde, penso em lilás fosco e amarelo suave.
Penso demais.
Nas várias estruturas das pessoas do mundo.

Não gosto de perder o sentido. A minha escuta o sonoro de uma ambulância. Cubro minha cegueira com tantas outras. E as pessoas se ajeitam entre o tudo e o nada.
E eu vivo no meio-termo em reclusão.
O mínimo que posso.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Homem vulgar

Segue de postura ofendida.

Madeira fria na fornalha
Veste-se de magro
O cara quadrado

Tem pente no bolso

Enterra a Terra entorpecida
A fadiga de uma espera

Indulgente,
procura presença no mundo.

Óbvio. Homem.

Vaidade manipulada
carências em copos
de cachaça

Transpira

Cegueira

Vaga
necessidade
Insípida



Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...