quinta-feira, 31 de julho de 2014

Capítulo IV

Capítulo IV

“Flores nos campos de aço...”

Mas não como antes.

Meu tempo foi comprimido a um instante incapaz do infinito.

Despenquei do oitavo andar e nada me foi dito.

Eu piso nos campos de aço.

Flores e espinhos; pétalas no rastro do caminho deixaste para mim.



(Del fuego)

terça-feira, 29 de julho de 2014

Nem tudo é amenidades, nem irmandade.





Ela tem a péssima noção de que a vida é plástica. Nada é meramente fiel aos parâmetros, pois sorri dos outros com tal facilidade que mexe todas as rugas assim do nariz até a boca. Boca de lábios finos numa bossalidade sem disfarce. Existe sim um outro lado dela, mas nem todos tem acesso. Esse outro lado é maternal, todavia ela ainda não sabe que é o lado mais bonito. Sem cortinas, sem fachada, uma singela criatura. Uma bela mulher de corpo escultural, como dizem: tudo em cima. Mas sempre se trai quando subtrai da sociedade o superficial. É tudo socialmente perfeito que às vezes é insensível e imoral. O mundo é mesmo dela. 

Nadar

Entrando na piscina
Os ouvidos mergulhados em silêncio
As braçadas e os pensamentos
A meditação e o mergulho

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A terceira camada

A primeira felicidade
Ratifica o superficial
A segunda
Conduz o ego vangloreando-o
A terceira
Te leva profundo no que a ti não costuma enteder nem por felicidade
Quando tens nessa vida, mexe tanto em tua alma que parece um machucado
O que um dia chamarás de vida
Porque felicidade não é doce, nada mais um lado hostil que te sustenta
Não é a doença do sexo, não existe dessas abstinências
Não traduz composição mental, nem vicia de perto, nem de dor e nem de prazer
A felicidade esta, eu nem sei dizer, mesmo compondo todos os vértices e retirando todas as bengalas dessas que parecem boas oportunidades de viver.
É... parece que nem sei o que é viver, pois ainda sofro de ausências e carências
Sempre oposta a comparações benéficas e tendo nervos nem dá pra entender

Mas eu luto por uma vida que ainda não nasci pra ter.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

As cores contínuas

As flores nascem
A permanência da vida
Tudo continua sem cortes
Mas ao mesmo tempo é tudo novo
Cores contínuas
Que vem com a mesma certeza
de uma renovação.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O choro do dia

Desvendar minha vida pela metade
Faz me chorar antes de dormir todo dia
Sinto uma pureza nas vísceras
Vontade de me afastar tantas vezes
de certas delícias
Eu tenho um nada em meu peito
A falta de já não sei o quê
E nem de amor me recordo
pois cada vez mais estou longe de tua referência
encardida e desonesta
Ao te valorizar quando te vejo
Omito o meu desejo de encontrar realmente
alguém que me traga paz
Que me evidencie toda minha beleza
excêntrica e modesta
Eu sempre choro durante o sono
Para eu fazer a minha alma voar por aí


domingo, 6 de julho de 2014

Um cristal no peito

Fui te colando entre as feridas
Te enchendo de sangue
Recobrando os soluços
Recortei todos os silêncios
dos últimos anos que me deste

Fui deslocando os meus sonhos
Desdenhando outros amores
descompensando meus segredos

Como esquecer a dor pungente que me faz doer?
Qual a reza que faço para te deixar de lado?

De você não quero mais os silêncios...
Nem morrer, nem morrer.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Amor anunciado
quente.
Desponta a tua poesia
As tuas costas nuas e o teu corpo

"Cadeira Vazia"

O primeiro cd de Elis...
Música incrível do Lupicínio Rodrigues.
Uma sedução daquelas bem profundas. Falem entrelinhas!

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...