terça-feira, 30 de junho de 2020

O mar e a vontade de ser pescador.





A vida traz sempre uma metáfora. 

A casa de um pescador é quase sempre honesta por ser simples. Peixes são o maior tesouro dentro dessas casas. O brilho do mar e a sábia vida de quem fica horas esperando a satisfação da presa na isca. O mar e os pensamentos à deriva, a solidão como única luz e consolo. Capturar o peixe é somente o final de uma aventura que começa com a divagação e termina com a sensação de completude. O pescador dialoga com sua própria solidão sem medo, sabiamente consegue a calma para todos os pensamentos e consegue ver positivamente as questões do passado.  Escolhe imagens em sua cabeça para buscar tudo que lhe faz feliz e  traz sentido a sua vida. A sua realidade está na praia, a mulher amada lhe espera. Companheira de toda vida, leva com ele os peixes daquela noite.  Tem aconchego e amor, que já é rotineiro e grandioso. O mar mais uma vez lhe trouxe a satisfação de amanhecer em paz.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Vida que tenho pra contar.





Estudar e ter liberdade.


A maçã no escuro marca a maturidade de Clarice na sua própria literatura. Quando leio a maçã no escuro ainda em pequenos trechos por não conseguir ler o livro inteiro, eu gosto de pensar no próprio amadurecimento desde tudo que tenho lido. A sensação é uma das maiores de minha vida. 

Estudar me retira do mundo de algumas emoções pequenas e conturbadas e faz com que me redima a sintonizar com as coisas mais simples e para chegar a isto é preciso  concentração e ter sentimento pela literatura. Sentir o simples é complicado, demorado, requer maturidade. Quanto mais simples tudo for mais se expande a alma. Viver e pensar em viver se torna não um peso e sim liberdade. O universo denso das leituras de Clarice só me fazem bem. Vontade de amar. A vida.

domingo, 28 de junho de 2020

Flor da manhã.









Diário de Quarentena.

28.06.2020


Hoje quando acordei, vi nas redes sociais a mensagem de um amigo dizendo que ficará ausente por tempo indeterminado para descansar a cabeça. A depressão requer cuidados para depois a vida seguir bem. Que seja dado esse tempo e fique tudo bem. Nem para mais nem para menos, equilíbrio para ter bons nervos sempre.
Constância e maturidade, espírito e mente. Preces antes de dormir, leitura do evangelho e as contas do meu pequeno terço. Amigos. Viver está sendo bom.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Um dia em Buenos Aires




Loft Argentino Apart
Hotel Buenos Aires
1199


Às vezes eu me lembro dos dias em que estive em Buenos Aires, de caminhar nas ruas observando tudo.  De sentir tranquilidade em escolher livros e sentar no gramado perto daquela flor metálica.
Ter a companhia da minha irmã  foi como voltar à minha época de adolescência, quando fazíamos muita coisa junto, quando morávamos na mesma cidade.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Ilha de Itamaracá




Era quatro e meia da tarde, hora que comecei a escrever. 

Olhava as flores na frente da casa. Pensava tão simples quando estava lá. Tomava um café e ia caminhar na praia. A ilha era quase tudo para mim por sentir liberdade. Parte tão significativa da minha vida. Sentirei falta de estar tão em paz, e ter felicidade que só sinto quando estou lá.

sábado, 20 de junho de 2020

Quarentena.






Não tinha lugar que coubesse aquela ausência
Não me vinha mais nada, nenhum medo
Eu era instinto de um só sentimento
Resolvi não usar nem vírgulas nem ponto, nem relógios
Contava o tédio e todas as ambulâncias que subiam e desciam o viaduto
Eu adorava ter aquele viaduto bem ali na minha varanda
Era como se eu tivesse um alfinete e estourasse toda melancolia
Antes de dormir refazia os fios emocionais e imaginava a Terra com uma auréola de cor
Cores intensas como o violeta, o vermelho, o azul e o rosa. Cores de aura.
Pedia sempre a Deus para abençoar a vida.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Meu corpo em vermelho






Chegou em casa e não dormiu por inteiro.

Traiu a si mesma duas vezes naquela semana. Lembrou-se das palavras de Lory, de tudo que não era. Naquela semana entrou no mar. Pensava em Joana muito mais que em Lídia. Estava sozinha outra vez. Tremores. Lembrava tanto de Cecília, de tudo que era novo e não se permitia. medo de perder e tudo era lacônico. eram palavras sem órbita, saudade.

Certa vez eu vi na beira da praia o corpo de uma baleia, era mesmo para eu não esquecer a sensação de estar morrendo. O grito estirado em mim. O que se diz no leito de morte? Com os pés na areia continuei o caminho e o grito ficou para trás.




quinta-feira, 11 de junho de 2020

Tempo amargo





Havia em mim o desejo da mudança.
No tempo de alongadas noites, a quarentena era sempre fria. sentimentos tranquilos e imperfeitos. Internet e seu pequeno mundo diante dos meus nervos inconstantes.
 Momento amargo de vida.

domingo, 7 de junho de 2020

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...