quinta-feira, 28 de maio de 2015

A ideia do pássaro , um emblema.





 In memoriam A ideia do pássaro
 (Demian, Hermann Hesse)



Versar por dois
Dois que altera o sinal
Um emblema
Cruza
e não diz nada.

O que é um
que morreu
tantas
vezes?

Um emblema
passado que cansa

E quem nasceu
só para mim,
Invisível

Pedaço de mármore
dividindo
nossa entranha

Sombra por sombra

E o passado
ao passado
ao passado
o regresso
dilata o poder
domina-se
aflito
pelo corte

e o que se sabe
paralisa
ao passo
do tempo
desse tempo.

Pessoas nuas, muito nuas, pelas ruas
carne e osso
E o peso do espírito
Desdito.

Olho
invisíveis
vadios

um emblema
de marketing
A boca sem carne
É como ter holofotes
e retinas acesas,
ressecas, exautas.
Olhos abertos
no cloro da piscina.





terça-feira, 26 de maio de 2015

Que pasa?

E eu penso em te ligar.

Mas com quem eu gostaria de falar já não existe mais.
Agora alguém de vestidos fora de moda segue a vida.
Com uma ideia equivocada.



quarta-feira, 20 de maio de 2015

SONO





Por muitas vezes antes de dormir sentava em minha cama e dentro de minha prece pedia para ter com uma pessoa muito próxima a Deus.

Estava com uma dúvida, dúvida grande e obstinada.

Deitei depois de mais um dia e quando me desliguei dos pensamentos mais superficiais, deixei-me entorpecer a mente e comecei a construir um ambiente. Estava certa que ia me encontrar com alguém de alma fraterna, uma pessoa de energia que aconchegava e aquecia o meu corpo. Mesmo não vendo ninguém de fato, não conseguia deixar de me compadecer com aquela sensação tão suave.

Aos poucos fui percebendo que o lugar em que estava meu corpo não era meu quarto, Estava num leito em estado de coma e quando rezava todas as noites por uma dúvida era porque me angustiava não saber se iria voltar a viver. Mas até este momento tinha sido poupada do que acontecia com meu corpo. E minha alma estava num mundo paralelo em que  pensava que estava viva. Sempre rezava por esta dúvida, que não tinha noção do que realmente era. Mas rezava por um impulso.

A pessoa que me veio, uma pessoa próxima a Deus, era minha mãe que seguia com muito amor a interceder por mim. E de repente a vejo ao lado do meu corpo, dentro daquele ser vi o sentido pungente de nossa ligação nesta vida. Senti emoções que estavam impregnados em meu corpo e como gostaria de lembrar quando a ele retornasse. Seria tão simples vencer cada paixão demasiada que se entranhava. Mágoas que iam e voltavam, a carência afetiva tão desnecessária na eloquência de uma forma equivocada de apego.

Regressei para o meu corpo, levantei e mais uma vez não sabia o que tinha sonhado. Na mesinha ao lado da cama meus comprimidos habituais e o medo de não achar mais a minha mãe em casa. Meu quarto a se arrumar.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Vermelho

Pouso a tristeza por cima das minhas mãos.
E os nervos pressentem a desconfiante angústia que me queixa todo ser.
As veias doem latejantes.
Porque o corpo às vezes precisa sentir cada pesar.



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Retrovisor





Recoloco o copo d'água na boca, andei religando tantos afetos. Ainda sinto o palpitar ao te ver sair com passos antigos pela calçada. Como era bom sentir aquela certeza de estar em ti.

Em segredo eu não duvidava de toda importância das tuas nuances em minha vida. A tua personalidade tão maturada. Oportuno era querer fuçar a tua vida antes do fato difícil que te tirou daqui. Quanto falta ainda viver para nós? Muito pouco me recordo de ti pelos lugares daqui.

Por outro lado vi as coisas degringolarem, vi tua vaidade se perder. Vi uma pessoa que não gostava de espelho. Senti o silêncio interposto em teu corpo pesado. Tive que esquecer as flores amarelas da ilha de Itamaracá. Não consegui minar tuas mágoas por inteiro e te levar para as festas da alma. 

Um maço de cigarro abortivo encostado no bolso dos teus vestidos e um rastro rechaçado antes do pavio. 
Mesmo não eras nada ausente pois me pertencia desde sempre. Havia poucas pessoas por esta vida com o teu sinal. Sinal que não se trai, que não se ofusca diante dos meus olhos.




Por teus caminhos escolhi não ir, revidei todos avessos que trazias no senho. A ligação é bem mais antiga e nítida e nunca se acabará.  

terça-feira, 12 de maio de 2015

Por Epifanía.

Por epifanía, miré tus ojos y me puse a discutir con mi intuición.

En aquel momento tuvo certeza que sería mi conpañero de esta vida. Porque era tu la persona que habian me ensinado a amar. Pois mi alma reconoció la tuya e mi vida estaba a cambiar.

Dentre estos dos años he cambiado mi manera de vivir y Dios también he cambiado el que tenía  propuesto para mi vida en esta existéncia dentro de las sutilezas divinas.




Un hombre muy amoroso y de alma leve. Que bueno Dios.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Para aninhar caminhos.

Estava totalmente inserida.
Porque em meus vinte anos fiz questão de tê-la.
Anos passados e eu crescida.
Pessoas antigas tinham cadeira de balanço.
Para aninhar consolos.
Para embalar.
a alma.

A preparar-se pelo ninho cheio.
Num corpo refeito.
À espera da cria.
O inesperado
Materno.





terça-feira, 5 de maio de 2015

Uma deixa. Uma tristeza.

Às vezes sem sentir já estou alojada dentro de ti. Como bala alojada dentro de um mundo paralelo.
Hoje tenho que chorar.
Porque queria não fazer força para amar alguns incertos destinos.
Como se contentar quando se está precisando de outro mundo? Um mundo que não cabe nesse mundo. Como sentir saudade e não encontrar?

Ver pessoas de uma pobreza de alma...
Hoje eu preciso chorar.


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Quase nada.

Eu não acredito
quase nada
no que se passa
no mundo.

Mundos dentro de mundos,

Dos que não se aprofundam,

Calam com dinheiro e fama,

a corromper a máquina.
a vida.

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...