domingo, 30 de novembro de 2014

Tarde de ressaca





Tecidos bordados em camas que não se podem dormir.
A goma esticada, beleza que não pode vestir.


Sentava debaixo da mesa com o prato de goiabada com queijo enquanto dona Carminha passava e engomava a roupa do dia. Adorava aquele carinho doméstico. Passava tardes e tardes na tranquilidade da minha vida colégio e nada mais.

A tarde é um tempo. Que cabe num dia. Que digere em entrecorte o manhã e o anoitecer.
Uma marcação bem bate estaca.

Tardes na varandinha
chão quente do sol da manhã.
Sensação da ressaca de quem veio do mar

A flauta,

A verdade num lampião
de lata de leite ninho
o ressonar dos morcegos
dentre as folhas de jambo
espionando a noite

Amanhã tem escola
e toda aflição de entornar
o cedo do dia
o enjoo refletido
na rotina de farda
tecido pesado
calor insuportável
do meio-dia

A tarde de volta
a remendar a vida
Barro tomando forma
Depois da fornalha

Descompressão

Alinhamento
do conforto
mental

Cochilo
a sombra
a brisa
o chiado
a cigarra

solidão bem vinda
infância
Introspecção

Amizade
Entre o primeiro e o terceiro
andar

Patins em rua de terra
marcando as rodas
O jogo de bola
Thiago e Mariana.









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