sábado, 1 de outubro de 2016

O caminho de volta.




Final do dia, bem perto da noite, dentro do ônibus eu conto os minutos para chegar em casa. Fecho os olhos para sentir mais os pensamentos que me chegam. Boas sensações e lembranças que podem ser reais ou histórias que estão nos livros que eu leio e vou me desapegando da rotina do trabalho. Prazer tão bom quando vou fazendo esse caminho de volta, de repente começa a tocar uma música que gosto na rádio, Vieste de Ivan Lins,  posiciono o fone de ouvido de forma a ouvir melhor diante do barulho dentro do ônibus, aos poucos vou esquecendo de tudo que está ao meu redor. Abstrações me levam a um tempo construído por mim há muito tempo diante do que chamo da vida pequena que não consegue desconectar da praticidade e do medo de conseguir fazer tudo, o que muitas vezes a vida impõe. Olho para a bolsa e vejo ali  minha pequena agenda em que anoto todos os pagamentos feitos, olho pela janela me sentindo aliviada por naquele mês já ter pago todas as contas. Assim, levo para casa a felicidade de ter conseguido fazer direito o meu trabalho naquele dia, pela expectativa tão boa de chegar em casa, deitar na rede depois de jantar e poder ligar o som baixinho e descansar. A possibilidade de estar comigo mesma e contemplar minha paz com muita propriedade. Rotina que gosto de ter.


Vieste (Ivan Lins)
https://www.youtube.com/watch?v=8mc2wfoPatE


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Um pássaro sem fio

  Quase não se sabe da rotina incompleta Ainda só se imagina O estudo e a satisfação de cada término de cada dia Livros a inquietação  momen...