quarta-feira, 3 de junho de 2015

Um piso planta.



Estava prestes para mudança e por isso não morri.
Aliás, Morri de uma forma nova.
Com sala e quarto.
Fui assassinada e sufocada por uma rotina bem peculiar.
Regada a vícios alheios, pancadas no ânimo.

Não fazia nada mais que alimentar com doses assassinas de silêncios.
frustração.

Enervava-me escutar os programas cheios de assassinato.
Já não assistia nada. Chegava do dia cansativo, quando chegava.
O meu canto não existia.


Sem falar muito saí da mira e de casa.
Reformei o meu piso.
Ao lado um companheiro incrível.

Quase nunca quero ver noticiários sangrentos e guerras familiares.
No berço saudades e delongas.


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