quinta-feira, 30 de abril de 2015

A casa já construída.












Duas vezes por dia eu apertava os olhos e sentia vontade de chorar. A tua presença dentro de toda falta me enlouquecia. A tua permanência nas cores que escolhia para amar. Não dava para imaginar o quanto permitia encontrar-te transcendentemente. As mãos que se recolhiam ao sentir o calor da tua presença. Em paralelo olhava para o mundo aflita pelo desconhecimento.

Aos poucos encontrei um istmo, um local de minha escolha com cores tão tuas, num tempo atual. A aflição cessava pois não precisava me conduzir aos passos do passado. Ser feliz com as pessoas de minha época mesmo sendo distantes de minha idade por muitas vezes. mas era indescritível sentar em tempo real e tomar um café e falar o que realmente se tem na cabeça sem ser tachada de louca ou E.T.

Parece-me que a pior parte passou e o que de confuso se tornou uma sensação agradável. Parece que depois de todo esse desconforto psico-afetivo de anos ainda tenho condições de construir uma vida e tomar certos posicionamentos. Pois continuo com os mesmos pensamentos de sempre, entre loucuras e maluquices permissivas e com muita cautela tenho o meu espaço. E na minha casa, algo bem coerente ao que prezo e a todo respeito que tenho por mim e pela vida.

Agora a solidão é diferente. Geralmente revelo parte de tudo que sinto e acho que isso é bom. E espero nunca escolher me afastar do social e quando a dor interior e as crises chegarem, seguirei sempre com o mesmo enfrentamento interno. E quanto mais simples for a vida mais amor terei por ela. E quando quiser expandir a energia e a inquietude que tenho, ligo o som e danço na minha casa que está bem construída.

E agora a solidão não passa de um lugar tão doce que levo sempre comigo. Mas parece que vou ter que guardar muitas vezes comigo pois terei companhia por toda vida. Um amor bom, desses de viver com harmonia. *


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