sábado, 23 de agosto de 2014

Nas noites




Às vezes sinto falta de olhar alguém dormir.

Pois adormecer é silenciosamente o amadurecimento do sentir.
Progressão muito profundo do amor.

Porque quando me deito, o aconchego rompe dentro de mim.
E a vida retrocede lá pro berço.

Como gosto do cheiro da doce segurança,
que vem dos lençóis alvos esquentando
e entorpecendo o cansaço e
toda luta de ser entendido.

Passa o dia e correm as palavras
infantes e tantas vezes inatas
cheias de desejos em subterfúgios.

Pois dorme em mim
a necessidade eterna de acolher,
de amar o que não tem mais fim.

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