quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Amor.




Terei sempre a lembrança, o tempo foi pouco e viver tem dimensões limitadas. As fotos que tirei por toda vida revelam impressões, de maneiras bem diversas. Ângulos que no momento que vivi não consegui perceber totalmente, como se a lembrança depois do passar do tempo, depois de você ter morrido e eu ter passado por tristezas, até chegar ao desapego. Agora é tudo um amor inteiro, profundo. Não tenho mais vontade de me prender, pois na verdade o que restou foi um reflexo, sentimento bom que não precisa da matéria.
O desapego é como ter a noção exata da representação do silêncio e da sensação de ter a pulsação no corpo, o coração ouvido quando tudo está calmo. De entender da consciência tranquila e assim sentir melhor a vida. Introspectiva vida.

O descansar das coisas, do que ela impõe e que faz do pensamento nada além de angústia e medo. Viver é bem maior que isso, é ter a essência de todas as impressões ao longo do tempo. A emoção não pode tomar conta de tudo, ela é apenas parte de mim e já não a quero em demasia. Já não existe a dor da perda. A leveza vem quando as datas não significam tristeza, o dia da morte e o dia do nascimento se perdem, a permanência do afeto de forma simples e por assim real, intenso. O Amor continua.

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