Dezembro-40 mil vidas-envelheço. No espelho nunca esqueço meus 20 anos. Tudo é memória, o presente, sábio.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Amarelo, vermelho, verde...e o melhor é despir a alma.
A roupa branca separada. E o novo é continuar.
Saber que o zero já me é tão distante que nem dá para ver do ponto que estou do caminho.
Um novo amor, um nascimento, poderia ser.
Aliás, partir do zero nesse ponto é como gostar de viver, apaixona. sentimento é tudo.
Pensando bem a roupa não precisa ser somente branca... amarela, vermelha, verde,
que a vida seja inteira e inteira.
Melhor então não vestir roupa nenhuma.
Para receber o novo, nada mais que despir a alma.
Apenas ser.
domingo, 25 de dezembro de 2016
A certeza de ser atemporal o sentimento.
25 de dezembro de 2016.
Recostei a roupa que estava no cabide na cadeira ao lado da cama e deitei um pouco antes de me vestir para a ceia de natal com meus pais. Durante o sono estive numa casa e encontrei com titia Tânia sentada numa cadeira de madeira no alpendre, sorri com o olhar ao passo que retribuía com um sorriso tranquilo. Minha tia da forma que só pude ver em fotos, tempo que foi professora e que andava elegante, de corpo esguio. Era mesmo muito bonita. Entrei e na sala tinha uma lareira, a luz e o calor do fogo me trouxe uma sensação boa. Pensei que o sentimento nunca se perde e independe do tempo e do momento de cada vivência, sentir-se confortável está relacionado somente ao que as pessoas nos proporcionam, o que cabe ao universo interior de cada ser. Um coração valoroso sempre será um coração valoroso em quaisquer circunstâncias da vida. Na antessala vi que tinha alguém tocando piano e cantando bem suave, dava para ver que tinha uma alegria muito grande em estar ali tocando. Quando me aproximei, sorri de imediato pela alegria que era reconhecer aqueles cabelos curtinhos e sentir aquela energia tão boa diante da música. Elis e seus olhos me abraçavam, a sensação de um amor maternal. Voltei para sala, sentei no sofá e já não era a voz de Elis que escutava, em um volume muito baixo escutava uma música de Marisa Monte. Adorava aquela música, de escutar na minha casa enquanto Açucena ficava do lado. Vida boa de ter.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
A sala, o quarto, a vida: o colorido eu faço questão de ter.
A alma plena
Passado riscado
Alvéolos pulmonares carregados de presente
respiram a concretude
Um passado perdido
Um continente que já não me pertence
O meu território
Uma sala, um quarto, um Eu
Viver de mim é bonito demais
É uma vida tão minha
Transcender o medo, a dor,
e tudo que disseram ser minha vida.
E que nunca fez parte de mim.
Vivo com propriedade,
as flores que plantei
Hoje reinam em meu jardim.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Meu apartamento oitavo andar.
Subir até o oitavo andar do prédio
para ver melhor o pôr do sol
Acompanhada da meditação diária.
Nas últimas horas da tarde
agradecer pelas coisas que tenho conseguido
Ter disposição diante dos afazeres
de estudo e de trabalho.
O auto-perdão para todos os erros,
tudo que me liberta de tudo que acham de mim.
Oito andares
E o pôr do sol mais lindo do mundo.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Pela janela do quarto,
Os pés limpos deslizam na cama
O dia finda
nem música, nem livro, nem redes sociais
Os olhos e a noite pela janela do quarto
sensação agradável do escuro e do silêncio
Apenas ser,
sentir
sem pretensões maiores
a verdade
a vida
sábado, 10 de dezembro de 2016
De madrugada as lembranças não pesam tanto, assim como o peso no corpo pela caminhada.
A caminhada é sempre mística.
No caminho, o ano.
Memórias de tudo que aconteceu, um tempo e por ele os quase 34 anos que tenho vivido.
De madrugada as lembranças não pesam tanto, assim como o peso no corpo pela caminhada.
Camisa vermelha para eu dizer a mim mesma que agora eu já posso ser eu na vida. Pois aos 8 anos tia Tânia disse para vestir essa cor e eu me sinto inteira quando estou em vermelho. Titia que sabia muito de mim e isso me fazia estar realmente viva por poder gostar com intensidade de tudo que gosto. Da importância da música, do introspecto Eu que titia dava muito valor também. Era bom ter alguém que falava a mesma língua. Sinto a falta disso todo tempo, dessas conversas que mais me identifico.
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