terça-feira, 21 de junho de 2016

Tempo de colher.





















A pedra que chega até o fundo do mar
ao poucos volta à margem
pela rebeldia e pelo que revolve as ondas.

Quando reconhece novamente a areia e o Sol,
permanece com as "cicatrizes" feitas pelo tempo imersa na água.

Distinção que a faz reconhecer a realidade de outra maneira,
a entender a vida de modo mais sensível que de costume,
de reconhecer como amigos poucas e honestas almas.

Se não assim,
Relativizar o que faz bem
Ser só diante da  mediocridade
Que tanto exclui e mata

Incríveis os que renascem da dor
que tanto reverencia o que está por dentro
ao mesmo que fortalece e torna o sentir mais verdadeiro

Oportuna sabedoria que está em amar e ser amado.

À Vida luminosa,
todo aprendizado.




sexta-feira, 17 de junho de 2016

Carta na mesa & Por que não um pequeno segredo?



Ciclos e Ciclos
que se mudam quando o pensamento evolue.
Pensamento influencia as atitudes.
Novos pensamentos, novas atitudes; mudança de escolhas.
Mudam-se lugares frequentados, amigos refeitos. Vida mais inteira.
Desafio de estar só se reconfigura e também a forma como se vê o amor por outra pessoa.
Amor sem egoísmos, amor mais próximo e compatível aos verdadeiramente verdadeiro.
Amor que não está nos bares e farras sem motivos.
Amor, Amor.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Amor Cora Coralina.


















Hoje eu fui conhecer o lugar onde viveu a pessoa que mais amei no mundo. Encontramo-nos muitas vezes nesta vida até que ela faleceu e me deixou como herança o aprendizado de uma vida além de me cobrir com um afeto muito inteiro e profundo, desses que não geram apego ou dependência. Dessa mulher sábia, eu aprendi o valor do silêncio e da convivência sadia. Aprendi uma noção de quase tudo desde o que estava para o intelecto assim como ter a dignidade de transitar por todos os lugares. O poder da indulgência. Como era lindo esse ser que tanto afagou a mim, aura tão luzidia. Alguém que amava sem necessidade, o amor que tanto liberta. Pois o amor de verdade faz sentir a essência e assim aprendi que não preciso estar todo o tempo com as pessoas que mais  me sinto bem. 

Fui ver onde morou, vivia em um quarto nos fundos de uma casa muito grande. Uma porta estreita dessas que se compõe de duas portinholas. Uma cama, uma pequena escrivaninha, uma estante de madeira com alguns livros e objetos, era tudo tão incrível. Mais uma vez Cora me surpreendia, pois em ver tudo me deu uma saudade da ternura que passava, algo que já não se tinha muito por aqui. Conheci as pessoas que moravam na casa grande e pensei como aquelas pessoas tinham muito conforto material entretanto existia nada mais que vazio, um vazio interior intrínseco em todos cômodos cheios de luxo e mais nada. Antes de sair fiz questão de entrar novamente na casa de Cora, de sentar na beirada da cama, de passar a mão levemente nos lençóis macios com bordados delicados para levar comigo a lembrança da sensibilidade aguçada de um ser humano. Como era bonito aquele refúgio, a beleza tão simples do único cômodo de quem se dedicou às coisas mais incríveis e que trouxe tanta luz para muitas pessoas atuando como professora da vida e poeta. Quando morreu, eu já possuía tanta coisa. Aos poucos me ensinou a escrever e ensinar, preparou-me das incoerências da vida e de como ficar bem longe de toda mediocridade humana. Quando já não pude conviver com Cora, eu já era feliz simplesmente por gostar de viver quando tudo ia bem ou não. O maior ensinamento de Cora e que me libertaria por toda a minha vida.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

À toda marginalização do óbvio.






O cansaço quase autônomo da mente dentre o cansaço sincero das pernas que estão nos pedais e que fazem a catraca girar para as rodas seguirem nos trilhos feitos de maneira a sempre saírem do eixo na ideia da quebra, da marginalização do óbvio.
E os afoitos, que não só afoitos, costumam viver em telhados de zinco quente assim como os gatos, mas somente suportam tal condição porque pressentem o que não está posto ou preso ao que cabe somente a este mundo. É como se um limbo existisse e que o pensamento rasteiro não consegueisse alcançar, algo que transpassa todo sentimento de catástrofe e que tanto incita o apogeu de tudo que chamamos de loucura. Entre sequelas e melindres, é preciso ser a não-potencialização do que faz adoecer. 
Pensamentos que vão e vem quando o corpo em pedais, o embate e a racionalização das impressões perante o que concebe a minha vida. Situar e desconstruir quase tudo e seguir adiante, filtrando atitudes pela prudência e pela harmonia de um existir sem se anular.

A morte acompanha a vida.

É o que penso. sinto a fragilidade de viver Deus sabe como se estivesse pronta acompanhando o meu mundo mundo imantado meu silêncio pensamen...