quarta-feira, 20 de maio de 2015

SONO





Por muitas vezes antes de dormir sentava em minha cama e dentro de minha prece pedia para ter com uma pessoa muito próxima a Deus.

Estava com uma dúvida, dúvida grande e obstinada.

Deitei depois de mais um dia e quando me desliguei dos pensamentos mais superficiais, deixei-me entorpecer a mente e comecei a construir um ambiente. Estava certa que ia me encontrar com alguém de alma fraterna, uma pessoa de energia que aconchegava e aquecia o meu corpo. Mesmo não vendo ninguém de fato, não conseguia deixar de me compadecer com aquela sensação tão suave.

Aos poucos fui percebendo que o lugar em que estava meu corpo não era meu quarto, Estava num leito em estado de coma e quando rezava todas as noites por uma dúvida era porque me angustiava não saber se iria voltar a viver. Mas até este momento tinha sido poupada do que acontecia com meu corpo. E minha alma estava num mundo paralelo em que  pensava que estava viva. Sempre rezava por esta dúvida, que não tinha noção do que realmente era. Mas rezava por um impulso.

A pessoa que me veio, uma pessoa próxima a Deus, era minha mãe que seguia com muito amor a interceder por mim. E de repente a vejo ao lado do meu corpo, dentro daquele ser vi o sentido pungente de nossa ligação nesta vida. Senti emoções que estavam impregnados em meu corpo e como gostaria de lembrar quando a ele retornasse. Seria tão simples vencer cada paixão demasiada que se entranhava. Mágoas que iam e voltavam, a carência afetiva tão desnecessária na eloquência de uma forma equivocada de apego.

Regressei para o meu corpo, levantei e mais uma vez não sabia o que tinha sonhado. Na mesinha ao lado da cama meus comprimidos habituais e o medo de não achar mais a minha mãe em casa. Meu quarto a se arrumar.

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