sábado, 20 de junho de 2020

Quarentena.






Não tinha lugar que coubesse aquela ausência
Não me vinha mais nada, nenhum medo
Eu era instinto de um só sentimento
Resolvi não usar nem vírgulas nem ponto, nem relógios
Contava o tédio e todas as ambulâncias que subiam e desciam o viaduto
Eu adorava ter aquele viaduto bem ali na minha varanda
Era como se eu tivesse um alfinete e estourasse toda melancolia
Antes de dormir refazia os fios emocionais e imaginava a Terra com uma auréola de cor
Cores intensas como o violeta, o vermelho, o azul e o rosa. Cores de aura.
Pedia sempre a Deus para abençoar a vida.

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