quarta-feira, 19 de agosto de 2015

De namoro.

Evidentemente eu mastigava a vida  sem muito esforço.

Já não tinha certas expectativas, tantas vezes dentro da minha casa, do meu mundo. Não é que não me comunicava com as pessoas, mas fazia tudo de forma mais sentida. Sabia o gosto das coisas. O gosto do beijo e do espaço. E quando te ias ficava muito bem pois viver era muito estar em contato, um contato exaurido de presença. Mas quando te tinhas te sentia cada parte com muita calma e sem medo de te perder. Já havíamos passado desta parte de sentir tanta dor. A ausência pertencia ao nosso relacionamento qual os prazeres intensos. Momentos de carne e alma.

O tempo era outro. Aprendemos a ter um tempo que não era o do relógio. Aos poucos entendia o teu corpo e isso era incrível. Algo maduro. Não sabia que existia essa realidade neste mundo torpe de sensações tão brutas. A segurança me permitia a ousadia e de ti nunca me cansava.

Amava a forma como pensavas. A tua inteligente sensibilidade. Amava a forma como me tocavas.
Agora muito mais.




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