Estar no tempo.
Observava você passar por mim. O meu relógio não estava engatilhado.
Apenas segurava a tua ampulheta e me olhava desgostosa de frente ao espelho.
Os cabelos curtos seguravam as mãos frias. Morria de medo de quê?
Estava entre a infância e a idade outra. Com um ninho de vísceras no colo, os meus nervos.
As pessoas não estavam articuladas na minha história. E eu não tinha história naquele momento.
Corria atrás de fechar lacunas. E de tanto remontar, perdi. Tanto tempo no ostracismo.
Vieram hábitos de outros tempos me abarcar. Fui buscar em outra vida a necessidade de viver.
Vi por muitas vezes a tua aura a meu favor. Aquela certeza era segredo ainda nesses tempos.
Comecei a ir mentalmente em tanto canto, viagens necessárias em segredo.
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