Era a primeira vez que tinha pena, pena de si própria.
Os olhos pelos óculos reconheciam em olhos alheios cada pensamento.
Chorava pelo silêncio dos outros, pela solidão tão própria de cada um.
O mar era árido, imenso sufocante. Não existia casaco como consolo, não existia consolo.
O calor do aglomerado das pessoas na rua retirava a culpa: ninguém é igual a ninguém.
Conforto burlava o mal estar. A casa agora era um lugar inimaginavelmente sossegado, dormia aquecida com a vida já não distorcida. Sabia que amanheceria um bem viver danado.
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