sexta-feira, 19 de maio de 2017

Vermelho e negro.




E aquela criatura olhava e dizia. E eu do meu lado queria entender por que o vermelho. De repente olhei para flor e era vermelha, olhei para a vida e ela estava cruamente vermelha. Oito anos a mais e o vermelho agora fazia parte de mim. Nada era tão forte agora como duas cores, dois extremos. Duas almas totalmente irmanadas, a euforia quando começa e a dor quando termina, se interpondo em crises cheias de fôlego e poucos nervos. A névoa permanente do delírio que se coloca entre o divino e o demoníaco que é estar com os pés no chão. Mente que sobrevoa e foge do óbvio pensamento. Pois não há nada mais ingênuo em não ser errante. Sentir a conspiração que envolve os pirados e sua imagética precisa enquanto os normais veem de forma neutra a escala das cores da vida. O óbvio que permeia os coitados, ávidos pelo o que nasce e morre na matéria. Enquanto eu valso em vermelho e negro com muita coerência nesta vida.



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