sábado, 22 de agosto de 2015

Lágrimas de afeto

Reconheceria pessoas.
Foi tudo 
A tanta estima

o silêncio
no ventre
sem gravidez
o amor

Lágrimas
de afeto
Ultrapassavam
há muito
as paredes do quarto.










quarta-feira, 19 de agosto de 2015

De namoro.

Evidentemente eu mastigava a vida  sem muito esforço.

Já não tinha certas expectativas, tantas vezes dentro da minha casa, do meu mundo. Não é que não me comunicava com as pessoas, mas fazia tudo de forma mais sentida. Sabia o gosto das coisas. O gosto do beijo e do espaço. E quando te ias ficava muito bem pois viver era muito estar em contato, um contato exaurido de presença. Mas quando te tinhas te sentia cada parte com muita calma e sem medo de te perder. Já havíamos passado desta parte de sentir tanta dor. A ausência pertencia ao nosso relacionamento qual os prazeres intensos. Momentos de carne e alma.

O tempo era outro. Aprendemos a ter um tempo que não era o do relógio. Aos poucos entendia o teu corpo e isso era incrível. Algo maduro. Não sabia que existia essa realidade neste mundo torpe de sensações tão brutas. A segurança me permitia a ousadia e de ti nunca me cansava.

Amava a forma como pensavas. A tua inteligente sensibilidade. Amava a forma como me tocavas.
Agora muito mais.




domingo, 9 de agosto de 2015

De noite, cinema e sobremesa. Pedi para ele ficar.








Subi no ônibus. Sábado de tarde. Uma roupa bonita e o perfume. Sentia quase tudo, a pele fresca e o conforto de não ter pressa. Dois livros no colo, olhos que observam pela janela as pessoas em suas vidas. Naquele momento não pensava em ninguém e de certa maneira isso era fabuloso. Uma alegria de viver, somente viver, sem expectativas maiores. Confortável saber que agora estava trabalhando e aos sábados me permitia somente me curtir.


Divagava uma vida maior, essas que não se ocupam com manuais e nem pequenas coisas do dia a dia.


Desci bem perto da praia que por mais urbana que fosse me agradava o cheiro tão vital do mar.
Ao chegar de volta em meu apartamento, sentei-me em minha cadeira de balanço, acendi a luminária e como de costume eu fiz minhas leituras do dia, escrevi. A noite foi chegando, acendi o cigarro, liguei o rádio. Mais tarde te ligaria para sairmos no domingo. Pensei um pouco em ti. Era sempre muito bom estar contigo como também era bom estar comigo. Olhei ao meu redor, porta-retratos diversos e pensei o quanto fiz para as lembranças não mais doerem. Olhava sóbria a beleza de todas aquelas pessoas tão estimadas. Percebi que na vida existe tempo para tudo. Agora era o momento de estar só naquela cidade. E não sofria.

Olhos que já foram tão carregados de brisa, olhava para si e o pó se assentava no fundo do copo. De repente, percebi o quanto gostava de cada construção feita. Há quanto tinha custado aquela paz interior. Por muitas vezes tão incompreensiva. Já não se podia calcular o quanto de paciência tão determinada. Nem sabia que depois de tanto viver fosse tão bom se envaidecer pela rotina corriqueira
e por escolher a vida tranquila e humildemente confortável.

Amanhã depois de ele ver o futebol na TV, vamos descer até o mar. Os olhos verdes dele me encantavam. De noite, cinema e sobremesa. Pedi para
ele ficar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Intuir. Pensar.

Sei que posso continuar fumando. Que posso antecipar minha morte qual como já foi.

Estou no meio termo da coisa e isso é algo desnaturado para quem eu penso que sou.
Tem horas que quero voltar ao vício fácil. não há nada tão vazio como viver de certezas.
Ver mais além e saber o que pode a morte.

A intuição não garante. Pensar muito é carcerário. Prever por vezes não dá segurança. Especifica o medo e angústia.


sábado, 1 de agosto de 2015

La nudez








Un acuerdo que no vuelve

Una búsqueda que no se pulse quieta

Acalentada es una mujer

que nadie puede dejar de amar.




A morte acompanha a vida.

É o que penso. sinto a fragilidade de viver Deus sabe como se estivesse pronta acompanhando o meu mundo mundo imantado meu silêncio pensamen...